sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Entretenimento regado a sangue

Quando comecei a acompanhar o MMA (Artes Marciais Múltiplas), ou simplesmente luta livre, achava um absurdo como as pessoas conseguiam gostar de um esporte que é pura violência. Depois fui me acostumando, fui entendendo as regras e passei a encarar de uma outra forma este esporte.  A realidade é que, apesar das polêmicas, o MMA já caiu no gosto não só do brasileiro como também há muito vem fazendo sucesso internacionalmente, tornando-se atualmente um dos esportes mais lucrativos.

Polêmicas à parte, a influência dos brasileiros alavancou todo esse prestígio que o MMA tem hoje. Lutadores como Anderson Silva, Vítor Belfort, os irmãos Minotauro, Lyiotto Machida, etc, todos com uma carreira sólida e milhões de dólares na conta. No Brasil, onde o futebol ainda é a paixão nacional, a luta livre vem forte, galgando degrau por degrau o seu espaço, tanto é que a Rede Globo já começou a se mexer, entendendo que esta "briga", em seu sentido literal, é uma  ótima  oportunidade de nocautear seus adversários na disputa pela audiência.

Concordo que a violência gratuita, por motivos fúteis, não é digna de admiração nenhuma. Mas o MMA é um esporte como tantos outros, onde entra quem quer (e olha que tem muita gente querendo entrar), sendo assim, torço muito pelo sucesso do MMA no Brasil, pois nesse caso, essa é uma briga que vai dar muito IBOPE.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Procura-se uma vacina anti-Barça


Quem consegue parar o Barcelona? Sem dúvida esta é a pergunta que mais se tem feito nos dias atuais. Não é pra menos, o time parece invencível, joga como se estivesse treinando e ainda por cima dá espetáculo. O treinador do barça, Pepe Guardiola, ao ser entrevistado por um repórter brasileiro, indagando como seu time conseguia jogar tão bem, sem dar nenhum chutão e conseguir ter mais da metade da posse de bola em todos os jogos disse: Eu simplesmente porcuro fazer o que vocês (brasileiros) ficaram famosos por fazer tão bem: tocar a bola com objetividade.

Soou como uma bofetada a declaração do técnico, já que o repórter jamais poderia esperar uma resposta tão sincera e ao mesmo tempo tão ironica, que sem dúvida nos induz a uma reflexão profunda na maneira de analisar o futebol brasileiro. O Santos de Pelé, o Flamengo de Zico, o Palmeiras de Ademir da Guia, a própria seleção brasileira na década de 80, eram motivo de orgulho dos brasileiros. Mesmo quem não era torcedor do Santos ou do Flamengo gostavam de assistir aos jogos dessas equipes só pelo prazer de ver os belos dribles e jogadas, características do futebol praticado na época.

O fracasso na Copa de 82 talvez tenha sido o começo do fim. Explicando melhor: Tínhamos o melhor time, os melhores jogadores e praticávamos um futebol extremamente ofensivo. Acontece que isso não foi suficiente para levarmos a taça, daí por diante os treinadores começaram a querer mudar as características e o jeito de atuar dos jogadores, privilegiando a marcação e a força, quesitos que sempre foram o forte do futebol europeu.

Depois veio a conquista de 94, onde mesmo jogando feio, com pouca criatividade e dependendo muito  de Romário, conseguimos erguer o troféu. Isso só acelerou o processo de mortificação do nosso futebol-arte. Daí em diante passamos a alimentar a cultura do que o que interessa é o resultado. Ou seja, se aquela seleção de 82 tivesse conquistado o título e a de 94 fracassado, talvez o nosso jogo atual ainda fosse motivo de admiração dos avós de Pepe Guardiola, e consequentemente poderíamos ter uma equipe capaz de vencer, ou pelo menos igualar as forças diante desse Barcelona fenomenal.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Quem quer um jogador problema?


Se tem um local de trabalho onde o funcionário problemático quase sempre tem vaga garantida é  no campo  de futebol. São os bad boys dos gramados, aqueles que vira e mexe estão metidos em encrencas, faltam aos treinos sem dar satisfação, xingam a torcida e o treinador, chutam os equipamentos da imprensa e mesmo assim ainda são queridos e cobiçados por muitos clubes.

Um que recentemente foi motivo de polêmica foi o jogador Kléber, ex-Palmeiras. Andava sempre procurando um jeitinho de ficar na mídia, ora discutindo com o técnico, ora jogando os companheiros contra a diretoria, ora atiçando a ira da torcida rival, o certo é que Kléber sempre deixou sua marca insurgente pelas equipes que passou. Pois bem, apesar de apresentar esse comportamento "fora do padrão" , ele vivia sendo assediado por muitos times até  que conseguiu  uma transferência para o Grêmio de Porto Alegre.


Outro causador de problemas e nem por isso menos querido é Adriano, agora no Corinthians. Esse é um que não para de alimentar com polêmicas o noticiário esportivo. Já causou mal-estar no Inter  e no Roma da Itália, no Flamengo, já esteve nas páginas policiais, constantemente faltava aos treinos, tem fama de beberrão, Uuuufa! E mesmo assim o Corinthians disse: Venha pra cá meu filho, aqui tu podes imperar! (o bicho é tão sortudo que fez um gol decisivo e o Timão acabou campeão).

Poderia citar vários exemplos de craques com fama de encrenqueiro: Edmundo (esse sem dúvida era um animal, em todos os sentidos), Romário, Renato Gaúcho, Serginho Chulapa, e por aí vai. O certo é que esses jogadores sempre encontravam espaço e eram pretendidos por clubes não só do Brasil, como também do exterior.

Atualmente o atleta que vem causando o maior "furdunço" no meio futebolístico chama-se Carlitus Tevez. Argentino que por enquanto ainda  joga no Manchester City, da Inglaterra. Esse indivíduo citado vez por outra apronta das suas. Foi no campeonato inglês, seu time estava jogando contra (não me lembro quem), que ele (que estava no banco de reservas), foi chamado para entrar em campo. Pois não é que ele recusou veementemente a jogar, despertando a ira do seu treinador Mancini, e por causa disso (não é pra menos) foi posto na geladeira.
Tevez é um grande criador de embaraços (pra não dizer coisa pior). O certo é que o Corinthians já está doido pra trazê-lo para o Parque São Jorge. (Já pensou Tevez e Adriano juntos? Vá gostar de confusão assim lá na China, Timão!

Como foi constatado, todos esses atletas, apesar de serem o que serem, se comportarem de maneira inadequada, conseguiram achar seu espaço. Digamos que se essas pessoas trabalhassem em uma empresa privada, xingassem o patrão, chegassem atrasado, ou simplesmente não comparecessem, ou fossem trabalhar embriagadas, se recusassem a bater o ponto, será que elas continuariam no emprego?
Só o futebol pra acolher com tanto carinho indivíduos que não sabem fazer outra coisa, senão encantar torcidas e  por que não o mundo, com dribles e jogadas desconcertantes.

Ele é a bola da vez



Se tem uma pessoa que curtiu muito o ano de 2011 e ainda tem muita lenha pra queimar nos anos vindouros essa pessoa chama-se Neymar, jogador do Santos. A mídia não para de falar no nome dele, é Neymar pra cá, Neymar pra lá, parece até que o Brasil descobriu o novo sucessor de Pelé, o novo rei do futebol. Apesar de reconhecer que o garoto tem talento, ainda acho que é muito cedo para darmos tamanha responsabilidade a um moleque de apenas 19 anos. 

A prudência recomenda que craques que surgem assim, muito novos, sejam menos badalados, para que no futuro não se tornem promessa que não vingou.
O futebol brasileiro é pródigo em produzir falsos talentos, que a princípio pareciam que iam explodir num grande clube europeu, quando na realidade se transformaram em grandes fiascos. Não quero com isso dizer que ele, Neymar, será um grande fracasso. Longe disso, creio muito no seu potencial e acho que ele tem tudo pra ser um grande ídolo do esporte nacional. Só que pra que isso aconteça ainda há um longo caminho a percorrer.


O Mundial da Fifa e a Copa de 2014 podem ser o termômetro que vai dizer se a mídia estava certa ou errada no que diz respeito à divulgação exacerbada da sua imagem e do seu nome.
É lógico que os invejosos de plantão estão secando, torcendo para que ele não vingue. Pra esses eu digo que a fama que ele conquistou até agora foi fruto do seu talento e trabalho, e que nada, principalmente a inveja, pode tirar-lhe a glória de ser bem sucedido.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Treinador ganha jogo?

Imagine um time de futebol sem o seu treinador: que chances teria essa equipe? Será que conseguiria levantar uma taça? Evidente que não. Só que de nada adianta um bom treinador sem a colaboração e empenho de seus comandados. Quem não já ouviu falar de um técnico que foi deposto porque os jogadores fizeram corpo mole no intuito de derrubá-lo? Sim, isso existe não só no Brasil mas também na Europa e por aí afora. 
Como diz Vanderley Luxemburgo, treinar é uma filosofia muito complicada. Inclusive o próprio Vanderley já foi boicotado quando treinava o Real Madrid. Luís Felipe Scollari também passou por isso quando comandava o time inglês do Chelsea. Ao que me parece, atualmente há uma espécie de rejeição por parte dos atletas aos treinadores rígidos, intolerantes, que só querem saber de disciplina e concentração. (pode ser que seja só impressão minha).
Quando se tem uma equipe forte, bem entrosada e que segue à risca o esquema tático delineado pelo técnico tudo tende a acontecer satisfatoriamente. Há quem diga que é muito fácil dirigir um time repleto de estrelas (como o Barcelona, por exemplo), e também se tem notícia de times medíocres que alcançaram grandes feitos por que tinha um grande líder.
É preciso que haja um perfeito entrosamento entre o técnico e a sua equipe, caso contrário o fracasso virá, assim como virão as cobranças e consequentemente a demissão do comandante. Como se ele fosse o único culpado pela má campanha de seu time.

Sem Brasileirão não dá

Acabou o Brasileirão! Um dos torneios mais emocionantes desde que começou a vigorar os pontos corridos. E agora? o que vai ser de mim nas quarta-feiras e nos domingos? Dias em que ficava ansioso para que começasse a rodada do Brasileirão? Infelizmente, tudo que é bom acaba. Agora só resta esperar o Natal e se preparar para as festas de fim de ano. 
Bom para os corintianos, que viram seu time  ser campeão brasileiro pela quinta vez, e pra esses o fim de ano com certeza será especial. Já para os torcedores que viram seus times serem rebaixados (o meu Ceará, por exemplo), vão ter que se conformar com a segunda divisão e torcer para que em 2012 o time consiga novamente o acesso.
Por falar em segunda divisão, vocês acham que tem coisa pior do que o descenso para esta infame série B? Vocês podem dizer, sim, a série C e a D. É verdade, acontece que quem vivenciou o seu time passar um ano na elite do futebol brasileiro, jogando em casa com o estádio lotado, contra times como Flamengo, Corinthians, São Paulo, Vasco, etc. Não quer sequer imaginar seu time tendo que enfrentar adversários como ABC, Paissandu, Icasa, etc. É castigo demais! Mas futebol é assim, quem não tem competência não se estabelece!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O Barça não é imbatível

Para enfrentar o Barcelona, o Santos terá que passar por outros adversários. Um deles pode ser o Menterrey, do México. Portanto, não devemos dar como certa a presença do Santos na final do Mundial. Quem não se lembra do poderoso Mazembe, time africano que eliminou o Inter, causando um dos maiores micos do futebol brasileiro? Isso pode acontecer com o Santos, por que não? Até o Barcelona, apesar de ser mais difícil de acontecer, pode ser surpreendido por uma dessa zebras. Afinal de contas é apenas uma partida e sabemos que uma expulsão, um erro de arbitragem, um gol contra, muita coisa pode contribuir para derrubar o favoritismo do Barça, que é um time excepcional mas não é invencível. 

Torço muito para que o Santos consiga a proeza de sagrar-se campeão mundial. E Neymar, se continuar jogando tudo que vem jogando, pode desequilibrar a favor do Santos, que também tem Paulo Henrique Ganso, jogador extraordinário que se tiver bem fisicamente, pode ser mais um aliado na busca desse título.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A dança dos treinadores

É uma partida decisiva, o time mandante domina o jogo inteiro, mas os atacantes não conseguem colocar a bola nas redes adversárias, perdem um gol atrás do outro, por pura incompetência. Faltam poucos minutos para encerrar a partida, de repente, o atacante Paulão é derrubado dentro da pequena área, pênalti a favor do time mandante, alívio para o treinador e sua torcida, pois um gol agora livra o time de vez do rebaixamento e assegura a permanência do técnico. Atenção, o juiz vai autorizar a cobrança, lá vai o centroavante Paulão, correu para a bola, bateu... Pra foooooora! Ele simplesmente isolou a bola, a torcida não se conforma. Faltam poucos minutos para terminar partida e o time visitante arma um contra -ataque, bola cruzada na área, atenção, goooooool contra, e adivinhem de quem, Paulão, ele mesmo, o que acabou de perder uma penalidade máxima cabeceou para o próprio gol, não dá para acreditar, os torcedores não se conformam e pedem a cabeça do treinador, sim, a culpa toda parece ser do treinador, incrível meus amigos. E termina a partida, o time mandante é rebaixado para a segundona, muitos torcedores choram, e o treinador é demitido sumariamente antes mesmo de o time chegar nos vestiários.
Essa é uma estória fictícia mas que reflete muito bem a realidade do futebol brasileiro, ou seja, quem faz a lambança são os jogadores e quem é punido é o técnico. Afinal de contas quem ganha uma partida são os jogadores ou o seu comandante? Uma coisa é certa, técnico não entra em campo, não perde pênalti e nem faz gol contra, mas porque será que ele é sempre o culpado pelos insucessos do time? Eis aí um questão boa para se discutir. Não estou afirmando que o treinador de futebol é um mero enfeite, pois o mesmo é quem define taticamente o time e faz a escalação de acordo com aquilo que ele acha que tem de melhor. E dependendo dessa configuração tática e escalação o time pode perder ou ganhar. Mas o jogadores, são eles que têm a responsabilidade de meter a bola para o gol, de defender, de suar a camisa. Pois bem, o que acontece no Brasil é mais o menos parecido com esta estória que acabei de criar, são os Paulões do futebol que muitas vezes derrubam o técnico.

Copa de 2014 no Brasil, será que vale a pena?

Pela segunda vez o Brasil sediará o mundial de futebol da FIFA, talvez a competição mais importante do esporte internacional. A primeira vez foi em 1950, cuja lembrança não é nada agradável para nós brasileiros, pois fomos derrotados pela fraca seleção uruguaia por 2 a 1 em pleno Maracanã, derrota que ficou conhecida como Maracanazzo. Vamos torcer para que em 2014 a história não se repita, mas vocês hão de convir que jogar em casa não significa título garantido, e sim apenas a vantagem de ter a torcida do nosso lado.
O ruim é que Mano Menezes ainda conseguiu definir um padrão de jogo para o nosso escrete. Sem contar que esses amistosos caça-niqueis só serviram para encher os bolsos da CBF e colocar em dúvida um possível triunfo do Brasil jogando em casa. Outra coisa que só atrapalha é o fato de não podermos disputar as eliminatórias, uma vez que os amistosos contra Gabão, Costa Rica, etc foram de extrema insignificância, ou melhor, revelaram um time sem brilho, sem criatividade, enfim uma seleção com um futuro preocupante.
O que me deixa incrédulo com relação ao nosso êxito na Copa é a nossa escassez de craques, excluindo Neymar, não temos ninguém com capacidade, com talento, que possa encher de boas expectativas o fanático torcedor brasileiro. É duro dar tamanha responsabilidade a um garoto de apenas 19 anos, que ainda não tem a experiência de ter disputado um torneio mundial, mas é o que temos.
Admito que o governo deveria priorizar outras áreas, como a saúde e a educação, também devia dar uma maior atenção à segurança, pois a falta dela tem deixado a população à mercê dos bandidos, que encontram no tráfico de drogas uma mina de ouro, o que só agrava a vontade de delinquir.
Tirando os prós e os contras o evento será de grande valia para o nosso país, isto se os organizadores agirem com seriedade, e principalmente com honestidade, não fazendo desta copa apenas uma oportunidade de grandes lucros, através da cobrança exagerada no preço dos ingressos, pois com o grande vulto dos investimentos não é de se admirar que surjam oportunistas querendo levar vantagem.

Drible: um recurso em extinção?

Em quase todas as modalidades de esporte, principalmente os coletivos, os atletas usam de artifícios para enganar seus adversários, seja com uma ginga de corpo, uma jogada de efeito, um faz-que-vai-mas-não-vai, enfim, qualquer lance que venha a ludibriar o adversário. No futebol isto é conhecido como drible. Não raro, eles recebem denominações que se perpetuam no tempo, tais como: drible da vaca, elástico, lambreta, banho de cuia, drible da foca, drible de corpo, e mais recentemente a pedalada. O jogador, que era considerado o gênio do drible, conhecido como “a alegria do povo“, que todo brasileiro reverencia até hoje chamava-se Garrinha. Ele era o terror das defesas adversárias, quando estava com a bola, fazendo os seus malabarismos, a torcida ia ao delírio. Por causa de suas proezas com a pelota ele até hoje é considerado por muitos melhor que o rei Pelé. Isto é uma questão discutível, o certo é que ambos foram campeões do mundo e eram exímios dribladores.
Infelizmente, para o mal de quem gosta do bom futebol, hoje em dia o drible vem sendo encarado como uma ofensa ao time adversário, sendo motivo de revolta por parte dos zagueiros e da torcida, que vê no habilidoso gesto uma espécie de provocação, uma afronta. O pior de tudo é que muitos árbitros estão punindo com cartão amarelo aquele que ousa enganar os beques, argumentando que o ato (de driblar) estaria incitando a violência. Será o fim do futebol arte? Ou o futebol-força, aquele que privilegia os defensores “pernas-de-pau” e os esquemas retranqueiros está enterrando aos poucos a magia do drible?
Prefiro acreditar que o espetáculo do povo, que é o futebol, esteja só passando por um período de transição, de ajustes, onde os técnicos modernos, de tanto estudar os esquemas táticos e ensaiar as jogadas vão acabar encontrando a solução para a sobrevivência do drible, caso contrário estaremos condenados a assistir a partidas sem brilho, totalmente burocráticas, respeitando em demasia às equipes adversárias.
Queremos a volta do futebol-show! Futebol-arte, sim senhor! Como aquele jogado pela nossa seleção na Copa de 82, tida como uma das melhores seleções de todos os tempos, pois nossos craques daquela época não eram medrosos, gostavam ir pra cima, de arriscar. Talvez por ter perdido o jogo para a fraca seleção italiana, que estava num dia de sorte, o mundo, porque não dizer o futebol, achou que era hora de aposentar o futebol-arte e praticar apenas aquele futebol que dá resultados, sem firulas e dribles, o futebol apático, que não emociona ninguém, pois o que importa é vencer. O que muitos treinadores não entendem e nunca vão entender é que um drible bem executado, uma jogada “atrevida” às vezes emociona muito mais que o ato de fazer um gol.

Barcelona, exemplo de futebol arte

Faz tempo, muito tempo que não vejo um futebol jogado de uma maneira tão simples e ao mesmo tempo tão eficaz, sem excessivos passes longos, sem chuveirinho na área, enfim, sem jogadas violentas ou coisas similares que tanto maculam esse esporte maravilhoso chamado futebol.
O responsável, digo, responsáveis por essa façanha é uma equipe, um timaço de futebol chamado Barcelona. É sem dúvida o time do momento, a equipe a ser batida. Poderíamos até "furtar" apelidos de alguns times brasileiros que passam por bons momentos para melhor adjetivar esse fenômeno chamado Barça: Bonde sem freio, Carrossel desembestado, Trem bala, Rolo compressor, tudo isso serviria para resumir a maneira de jogar desse elenco tão recheado de craques. Para aqueles que privilegiam a marcação forte, a força física em detrimento da técnica, esquemas retranqueiros, ou seja, para os adeptos do futebol força, a conquista do Barcelona serviu para abrir os olhos de treinadores e dirigentes que a partir de agora (espero), vão procurar "imitar" se é que é possível, a maneira de jogar desse time espanhol, que vem encantando a cada dia que passa, mostrando que jogar bola é uma arte e que essa arte tem que ser estudada, treinada exaustivamente, e acima de tudo esquecer de vez essa tese de que no futebol o que importa é o resultado.
Pois bem, vimos que é possível ter o esperado resultado e ainda por cima dar espetáculo.
É óbvio que para se montar um time vencedor é preciso gastar, contratar bons jogadores e investir nas categorias de base. O Barcelona nada mais é do que a seleção espanhola atuando ao lado do melhor jogador do mundo: Leonel Messi. Assim fica fácil ganhar de todo mundo não é? Ledo engano. Quem não se lembra da seleção brasielira de 2006, que tinha Kaká e Ronaldinho tidos como os melhores do mundo e era cotada para levar o título com o pé nas costas? Todo mundo sabe o que aconteceu, fomos eliminados nas quartas-de-final pela França, uma seleção medíocre que só jogava no contra-ataque. Isso prova que só montar um elenco bom, cheio de estrelas não é o bastante para se obter títulos, além do mais o treinador tem que ser ousado, tem que saber extrair de cada atleta o que ele tem de melhor para então partir pra cima do adversário.
É verdade que nem sempre um futebol bem jogado, extremamente ofensivo consegue se sobrepor diante de uma equipe retranqueira, acontece de o time jogar bem e perder, faz parte do esporte de uma maneira geral. Temos como exemplo a seleção brasileira na Copa de 1982, dirigida pelo saudoso Telê Santana, que "passava o carro" nos seus adversários jogando um belo futebol e acabou sendo eliminada pela Itália, que naquele dia estava em uma tarde inspirada, em que tudo dava certo para a azurra. Isso fez um tremendo mal para para o Brasil, pois foi a partir daí que vários técnicos passaram a acreditar que jogar bem, ofensivamente, era "perigoso", pois a zaga fica frágil e o time acaba sucumbindo. Mas eu sou a favor de que a melhor defesa é o ataque, é a posse de bola, requisitos que o time do Barcelona tem de sobra. Diante disso só tenho um recado a dizer para os nossos treinadores: Mirem-se no Barcelona, mesmo que seu time não tenha um Messi, nem um Niesta, ou seja um clube carente de estrelas, não interessa, o que se deve evidenciar é a mentalidade, a vontade de mudar para melhor, de atacar sempre. E Viva o Barça!

Ronaldinho, o artista que esqueceu sua arte

Qual o mistério que paira sobre o futebol de Ronaldinho Gaúcho? Como pode um jogador cair tanto de rendimento de uns anos para cá? São perguntas que merecem uma análise minuciosa por parte dos estudiosos da mente humana. As especulações em torno do "sumiço" de suas jogadas, dos seus dribles espetaculares são muitas. Vão desde noitadas regadas a muita bebida e mulheres, falta de motivação, drogas, enfim, o que não falta é explicação para a eterna má fase do jogador.
Acreditava-se que a sua vinda para o Brasil fizesse com que o seu futebol ressurgisse, assim, num passe de mágica. Pois bem, ele veio a peso de ouro para o Flamengo, mas até agora não justificou a sua contratação, está atuando apoiado em um passado de sucesso, quando foi eleito o melhor jogador do mundo jogando pelo Barcelona.
Será que é possível alguém desaprender, esquecer de executar um trabalho que antes o fazia com maestria? O certo é que o Ronaldinho Gaúcho que a gente conhecia não existe mais. Talvez nunca mais chegue a jogar metade do que jogava antes. Às vezes, diante da TV, assistindo aos jogos do Milan, ficava procurando aquele Ronaldinho de antigamente, na esperança de vê-lo brilhar de novo, com seus dribles e arranques desconcertantes. Confesso que ainda hoje, quando o vejo atuando pelo Flamengo, fico na expectativa, torcendo para que ele reencontre a sua batuta que tantas vezes regeu o espetáculo do bom futebol.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Nivelado por baixo

Desde a era dos pontos corridos, nunca se viu um brasileirão tão equilibrado como este de 2011. Só para se ter uma ideia, a diferença entre o primeiro colocado e o quinto, andou oscilando entre 6 e 7 pontos. Isso sem se falar no equilíbrio na parte de baixo da tabela, o infame Z4, onde a disputa é para saber quem cai para a série B e quem continua na elite.
A pergunta é: Que torneio é esse? A ponto de faltando apenas três rodadas, ainda não podermos cravar quem será o campeão? Onde o lanterna consegue superar o líder?
Acredito que a causa dessa "isonomia" entre os times seja fruto da incapacidade, pra não dizer da má qualidade do futebol brasileiro, que atualmente não tem nenhum timaço, daqueles que causam temor aos adversários.
Tirando Neymar e Ganso, hoje não há nenhum jogador em destaque. Isso apenas evidencia que a nossa "fábrica" de boleiros não passa por um bom momento, o que é muito preocupante, um vez que estamos prestes a sediar uma Copa do Mundo.