quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O Barça não é imbatível

Para enfrentar o Barcelona, o Santos terá que passar por outros adversários. Um deles pode ser o Menterrey, do México. Portanto, não devemos dar como certa a presença do Santos na final do Mundial. Quem não se lembra do poderoso Mazembe, time africano que eliminou o Inter, causando um dos maiores micos do futebol brasileiro? Isso pode acontecer com o Santos, por que não? Até o Barcelona, apesar de ser mais difícil de acontecer, pode ser surpreendido por uma dessa zebras. Afinal de contas é apenas uma partida e sabemos que uma expulsão, um erro de arbitragem, um gol contra, muita coisa pode contribuir para derrubar o favoritismo do Barça, que é um time excepcional mas não é invencível. 

Torço muito para que o Santos consiga a proeza de sagrar-se campeão mundial. E Neymar, se continuar jogando tudo que vem jogando, pode desequilibrar a favor do Santos, que também tem Paulo Henrique Ganso, jogador extraordinário que se tiver bem fisicamente, pode ser mais um aliado na busca desse título.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A dança dos treinadores

É uma partida decisiva, o time mandante domina o jogo inteiro, mas os atacantes não conseguem colocar a bola nas redes adversárias, perdem um gol atrás do outro, por pura incompetência. Faltam poucos minutos para encerrar a partida, de repente, o atacante Paulão é derrubado dentro da pequena área, pênalti a favor do time mandante, alívio para o treinador e sua torcida, pois um gol agora livra o time de vez do rebaixamento e assegura a permanência do técnico. Atenção, o juiz vai autorizar a cobrança, lá vai o centroavante Paulão, correu para a bola, bateu... Pra foooooora! Ele simplesmente isolou a bola, a torcida não se conforma. Faltam poucos minutos para terminar partida e o time visitante arma um contra -ataque, bola cruzada na área, atenção, goooooool contra, e adivinhem de quem, Paulão, ele mesmo, o que acabou de perder uma penalidade máxima cabeceou para o próprio gol, não dá para acreditar, os torcedores não se conformam e pedem a cabeça do treinador, sim, a culpa toda parece ser do treinador, incrível meus amigos. E termina a partida, o time mandante é rebaixado para a segundona, muitos torcedores choram, e o treinador é demitido sumariamente antes mesmo de o time chegar nos vestiários.
Essa é uma estória fictícia mas que reflete muito bem a realidade do futebol brasileiro, ou seja, quem faz a lambança são os jogadores e quem é punido é o técnico. Afinal de contas quem ganha uma partida são os jogadores ou o seu comandante? Uma coisa é certa, técnico não entra em campo, não perde pênalti e nem faz gol contra, mas porque será que ele é sempre o culpado pelos insucessos do time? Eis aí um questão boa para se discutir. Não estou afirmando que o treinador de futebol é um mero enfeite, pois o mesmo é quem define taticamente o time e faz a escalação de acordo com aquilo que ele acha que tem de melhor. E dependendo dessa configuração tática e escalação o time pode perder ou ganhar. Mas o jogadores, são eles que têm a responsabilidade de meter a bola para o gol, de defender, de suar a camisa. Pois bem, o que acontece no Brasil é mais o menos parecido com esta estória que acabei de criar, são os Paulões do futebol que muitas vezes derrubam o técnico.

Copa de 2014 no Brasil, será que vale a pena?

Pela segunda vez o Brasil sediará o mundial de futebol da FIFA, talvez a competição mais importante do esporte internacional. A primeira vez foi em 1950, cuja lembrança não é nada agradável para nós brasileiros, pois fomos derrotados pela fraca seleção uruguaia por 2 a 1 em pleno Maracanã, derrota que ficou conhecida como Maracanazzo. Vamos torcer para que em 2014 a história não se repita, mas vocês hão de convir que jogar em casa não significa título garantido, e sim apenas a vantagem de ter a torcida do nosso lado.
O ruim é que Mano Menezes ainda conseguiu definir um padrão de jogo para o nosso escrete. Sem contar que esses amistosos caça-niqueis só serviram para encher os bolsos da CBF e colocar em dúvida um possível triunfo do Brasil jogando em casa. Outra coisa que só atrapalha é o fato de não podermos disputar as eliminatórias, uma vez que os amistosos contra Gabão, Costa Rica, etc foram de extrema insignificância, ou melhor, revelaram um time sem brilho, sem criatividade, enfim uma seleção com um futuro preocupante.
O que me deixa incrédulo com relação ao nosso êxito na Copa é a nossa escassez de craques, excluindo Neymar, não temos ninguém com capacidade, com talento, que possa encher de boas expectativas o fanático torcedor brasileiro. É duro dar tamanha responsabilidade a um garoto de apenas 19 anos, que ainda não tem a experiência de ter disputado um torneio mundial, mas é o que temos.
Admito que o governo deveria priorizar outras áreas, como a saúde e a educação, também devia dar uma maior atenção à segurança, pois a falta dela tem deixado a população à mercê dos bandidos, que encontram no tráfico de drogas uma mina de ouro, o que só agrava a vontade de delinquir.
Tirando os prós e os contras o evento será de grande valia para o nosso país, isto se os organizadores agirem com seriedade, e principalmente com honestidade, não fazendo desta copa apenas uma oportunidade de grandes lucros, através da cobrança exagerada no preço dos ingressos, pois com o grande vulto dos investimentos não é de se admirar que surjam oportunistas querendo levar vantagem.

Drible: um recurso em extinção?

Em quase todas as modalidades de esporte, principalmente os coletivos, os atletas usam de artifícios para enganar seus adversários, seja com uma ginga de corpo, uma jogada de efeito, um faz-que-vai-mas-não-vai, enfim, qualquer lance que venha a ludibriar o adversário. No futebol isto é conhecido como drible. Não raro, eles recebem denominações que se perpetuam no tempo, tais como: drible da vaca, elástico, lambreta, banho de cuia, drible da foca, drible de corpo, e mais recentemente a pedalada. O jogador, que era considerado o gênio do drible, conhecido como “a alegria do povo“, que todo brasileiro reverencia até hoje chamava-se Garrinha. Ele era o terror das defesas adversárias, quando estava com a bola, fazendo os seus malabarismos, a torcida ia ao delírio. Por causa de suas proezas com a pelota ele até hoje é considerado por muitos melhor que o rei Pelé. Isto é uma questão discutível, o certo é que ambos foram campeões do mundo e eram exímios dribladores.
Infelizmente, para o mal de quem gosta do bom futebol, hoje em dia o drible vem sendo encarado como uma ofensa ao time adversário, sendo motivo de revolta por parte dos zagueiros e da torcida, que vê no habilidoso gesto uma espécie de provocação, uma afronta. O pior de tudo é que muitos árbitros estão punindo com cartão amarelo aquele que ousa enganar os beques, argumentando que o ato (de driblar) estaria incitando a violência. Será o fim do futebol arte? Ou o futebol-força, aquele que privilegia os defensores “pernas-de-pau” e os esquemas retranqueiros está enterrando aos poucos a magia do drible?
Prefiro acreditar que o espetáculo do povo, que é o futebol, esteja só passando por um período de transição, de ajustes, onde os técnicos modernos, de tanto estudar os esquemas táticos e ensaiar as jogadas vão acabar encontrando a solução para a sobrevivência do drible, caso contrário estaremos condenados a assistir a partidas sem brilho, totalmente burocráticas, respeitando em demasia às equipes adversárias.
Queremos a volta do futebol-show! Futebol-arte, sim senhor! Como aquele jogado pela nossa seleção na Copa de 82, tida como uma das melhores seleções de todos os tempos, pois nossos craques daquela época não eram medrosos, gostavam ir pra cima, de arriscar. Talvez por ter perdido o jogo para a fraca seleção italiana, que estava num dia de sorte, o mundo, porque não dizer o futebol, achou que era hora de aposentar o futebol-arte e praticar apenas aquele futebol que dá resultados, sem firulas e dribles, o futebol apático, que não emociona ninguém, pois o que importa é vencer. O que muitos treinadores não entendem e nunca vão entender é que um drible bem executado, uma jogada “atrevida” às vezes emociona muito mais que o ato de fazer um gol.

Barcelona, exemplo de futebol arte

Faz tempo, muito tempo que não vejo um futebol jogado de uma maneira tão simples e ao mesmo tempo tão eficaz, sem excessivos passes longos, sem chuveirinho na área, enfim, sem jogadas violentas ou coisas similares que tanto maculam esse esporte maravilhoso chamado futebol.
O responsável, digo, responsáveis por essa façanha é uma equipe, um timaço de futebol chamado Barcelona. É sem dúvida o time do momento, a equipe a ser batida. Poderíamos até "furtar" apelidos de alguns times brasileiros que passam por bons momentos para melhor adjetivar esse fenômeno chamado Barça: Bonde sem freio, Carrossel desembestado, Trem bala, Rolo compressor, tudo isso serviria para resumir a maneira de jogar desse elenco tão recheado de craques. Para aqueles que privilegiam a marcação forte, a força física em detrimento da técnica, esquemas retranqueiros, ou seja, para os adeptos do futebol força, a conquista do Barcelona serviu para abrir os olhos de treinadores e dirigentes que a partir de agora (espero), vão procurar "imitar" se é que é possível, a maneira de jogar desse time espanhol, que vem encantando a cada dia que passa, mostrando que jogar bola é uma arte e que essa arte tem que ser estudada, treinada exaustivamente, e acima de tudo esquecer de vez essa tese de que no futebol o que importa é o resultado.
Pois bem, vimos que é possível ter o esperado resultado e ainda por cima dar espetáculo.
É óbvio que para se montar um time vencedor é preciso gastar, contratar bons jogadores e investir nas categorias de base. O Barcelona nada mais é do que a seleção espanhola atuando ao lado do melhor jogador do mundo: Leonel Messi. Assim fica fácil ganhar de todo mundo não é? Ledo engano. Quem não se lembra da seleção brasielira de 2006, que tinha Kaká e Ronaldinho tidos como os melhores do mundo e era cotada para levar o título com o pé nas costas? Todo mundo sabe o que aconteceu, fomos eliminados nas quartas-de-final pela França, uma seleção medíocre que só jogava no contra-ataque. Isso prova que só montar um elenco bom, cheio de estrelas não é o bastante para se obter títulos, além do mais o treinador tem que ser ousado, tem que saber extrair de cada atleta o que ele tem de melhor para então partir pra cima do adversário.
É verdade que nem sempre um futebol bem jogado, extremamente ofensivo consegue se sobrepor diante de uma equipe retranqueira, acontece de o time jogar bem e perder, faz parte do esporte de uma maneira geral. Temos como exemplo a seleção brasileira na Copa de 1982, dirigida pelo saudoso Telê Santana, que "passava o carro" nos seus adversários jogando um belo futebol e acabou sendo eliminada pela Itália, que naquele dia estava em uma tarde inspirada, em que tudo dava certo para a azurra. Isso fez um tremendo mal para para o Brasil, pois foi a partir daí que vários técnicos passaram a acreditar que jogar bem, ofensivamente, era "perigoso", pois a zaga fica frágil e o time acaba sucumbindo. Mas eu sou a favor de que a melhor defesa é o ataque, é a posse de bola, requisitos que o time do Barcelona tem de sobra. Diante disso só tenho um recado a dizer para os nossos treinadores: Mirem-se no Barcelona, mesmo que seu time não tenha um Messi, nem um Niesta, ou seja um clube carente de estrelas, não interessa, o que se deve evidenciar é a mentalidade, a vontade de mudar para melhor, de atacar sempre. E Viva o Barça!

Ronaldinho, o artista que esqueceu sua arte

Qual o mistério que paira sobre o futebol de Ronaldinho Gaúcho? Como pode um jogador cair tanto de rendimento de uns anos para cá? São perguntas que merecem uma análise minuciosa por parte dos estudiosos da mente humana. As especulações em torno do "sumiço" de suas jogadas, dos seus dribles espetaculares são muitas. Vão desde noitadas regadas a muita bebida e mulheres, falta de motivação, drogas, enfim, o que não falta é explicação para a eterna má fase do jogador.
Acreditava-se que a sua vinda para o Brasil fizesse com que o seu futebol ressurgisse, assim, num passe de mágica. Pois bem, ele veio a peso de ouro para o Flamengo, mas até agora não justificou a sua contratação, está atuando apoiado em um passado de sucesso, quando foi eleito o melhor jogador do mundo jogando pelo Barcelona.
Será que é possível alguém desaprender, esquecer de executar um trabalho que antes o fazia com maestria? O certo é que o Ronaldinho Gaúcho que a gente conhecia não existe mais. Talvez nunca mais chegue a jogar metade do que jogava antes. Às vezes, diante da TV, assistindo aos jogos do Milan, ficava procurando aquele Ronaldinho de antigamente, na esperança de vê-lo brilhar de novo, com seus dribles e arranques desconcertantes. Confesso que ainda hoje, quando o vejo atuando pelo Flamengo, fico na expectativa, torcendo para que ele reencontre a sua batuta que tantas vezes regeu o espetáculo do bom futebol.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Nivelado por baixo

Desde a era dos pontos corridos, nunca se viu um brasileirão tão equilibrado como este de 2011. Só para se ter uma ideia, a diferença entre o primeiro colocado e o quinto, andou oscilando entre 6 e 7 pontos. Isso sem se falar no equilíbrio na parte de baixo da tabela, o infame Z4, onde a disputa é para saber quem cai para a série B e quem continua na elite.
A pergunta é: Que torneio é esse? A ponto de faltando apenas três rodadas, ainda não podermos cravar quem será o campeão? Onde o lanterna consegue superar o líder?
Acredito que a causa dessa "isonomia" entre os times seja fruto da incapacidade, pra não dizer da má qualidade do futebol brasileiro, que atualmente não tem nenhum timaço, daqueles que causam temor aos adversários.
Tirando Neymar e Ganso, hoje não há nenhum jogador em destaque. Isso apenas evidencia que a nossa "fábrica" de boleiros não passa por um bom momento, o que é muito preocupante, um vez que estamos prestes a sediar uma Copa do Mundo.