terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Procura-se uma vacina anti-Barça


Quem consegue parar o Barcelona? Sem dúvida esta é a pergunta que mais se tem feito nos dias atuais. Não é pra menos, o time parece invencível, joga como se estivesse treinando e ainda por cima dá espetáculo. O treinador do barça, Pepe Guardiola, ao ser entrevistado por um repórter brasileiro, indagando como seu time conseguia jogar tão bem, sem dar nenhum chutão e conseguir ter mais da metade da posse de bola em todos os jogos disse: Eu simplesmente porcuro fazer o que vocês (brasileiros) ficaram famosos por fazer tão bem: tocar a bola com objetividade.

Soou como uma bofetada a declaração do técnico, já que o repórter jamais poderia esperar uma resposta tão sincera e ao mesmo tempo tão ironica, que sem dúvida nos induz a uma reflexão profunda na maneira de analisar o futebol brasileiro. O Santos de Pelé, o Flamengo de Zico, o Palmeiras de Ademir da Guia, a própria seleção brasileira na década de 80, eram motivo de orgulho dos brasileiros. Mesmo quem não era torcedor do Santos ou do Flamengo gostavam de assistir aos jogos dessas equipes só pelo prazer de ver os belos dribles e jogadas, características do futebol praticado na época.

O fracasso na Copa de 82 talvez tenha sido o começo do fim. Explicando melhor: Tínhamos o melhor time, os melhores jogadores e praticávamos um futebol extremamente ofensivo. Acontece que isso não foi suficiente para levarmos a taça, daí por diante os treinadores começaram a querer mudar as características e o jeito de atuar dos jogadores, privilegiando a marcação e a força, quesitos que sempre foram o forte do futebol europeu.

Depois veio a conquista de 94, onde mesmo jogando feio, com pouca criatividade e dependendo muito  de Romário, conseguimos erguer o troféu. Isso só acelerou o processo de mortificação do nosso futebol-arte. Daí em diante passamos a alimentar a cultura do que o que interessa é o resultado. Ou seja, se aquela seleção de 82 tivesse conquistado o título e a de 94 fracassado, talvez o nosso jogo atual ainda fosse motivo de admiração dos avós de Pepe Guardiola, e consequentemente poderíamos ter uma equipe capaz de vencer, ou pelo menos igualar as forças diante desse Barcelona fenomenal.

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